sábado, 6 de outubro de 2012




Estrela no mapa aponta grande terremoto na Ásia, de 8,6 graus, registrado em abril deste ano; pontos brancos mostram onde ocorreram tremores decorrentes do primeiro abalo (Foto: USGS/Divulgação)
Estrela no mapa aponta grande terremoto na Ásia, de 8,6 graus, registrado em abril deste ano; pontos brancos mostram onde ocorreram tremores decorrentes do primeiro abalo (Foto: USGS/Divulgação)

Estudo da ‘Nature’ pode servir de alerta a países suscetíveis a tremores.
Abalos foram registrados na África, Europa, EUA e até na América do Sul.

O maior terremoto deste ano, ocorrido no dia 11 de abril, no Oceano Índico, na porção sudeste da Ásia, causou poucos danos materiais, mas provocou tremores ao redor do mundo por pelo menos uma semana. A conclusão consta em uma análise feita por cientistas do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) em parceria com a Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos EUA.
O abalo sísmico, de magnitude 8,6 na escala Richter, provocou tremores na África, na Europa, nos EUA, no México, na Oceania e até na América do Sul, aponta o estudo. Trata-se de um dos dez mais longos dos últimos cem anos e foi um terremoto incomum, dizem os pesquisadores.
O mais curioso, no entanto, foi descobrir que algumas áreas suscetíveis a tremores não foram atingidas rapidamente pelas ondas sísmicas, mas registraram abalos até seis ou sete dias depois, decorrentes do primeiro tremor.
O estudo foi publicado nesta quarta-feira (26) no site da revista “Nature”, junto com outras duas pesquisas sobre o tremor.
A descoberta serve de alerta para governos e populações que vivem em regiões sensíveis a terremotos pelo mundo, apontam os sismólogos. Para eles, mesmo que um enorme terremoto ocorra do outro lado do planeta, é possível, apesar de raro, que seus efeitos persistam por dias, diferentemente do que se pensava anteriormente.


Preocupação
Roland Burgmann, co-autor da pesquisa e professor da Universidade da Califórnia, aponta que “até agora” os cientistas acreditavam não ser necessário se preocupar com um tremor ocorrido em um local distante. “Este novo estudo mostra que, mesmo [um grande terremoto] sendo um fenômeno muito raro, que pode ocorrer com décadas de intervalo, existe um risco real” de que o abalo sísmico persista.

Os cientistas analisaram outros terremotos, como o ocorrido em 2004 na região da ilha de Sumatra, na Indonésia, com 9,2 graus de magnitude, e um registrado no Japão em 2011, em que milhares de pessoas morreram. Ao contrário do tremor deste ano, o reflexo destes abalos na atividade sísmica global foi bem pequeno.
Isto acontece porque o terremoto registrado neste ano gerou ondas sísmicas que se propagaram rapidamente e logo abaixo da superfície, aponta o estudo. Os efeitos de um tremor deste podem ser devastadores se ocorrerem em uma área urbana, na avaliação dos cientistas.
Em um dos dois estudos também publicados pela “Nature” nesta quarta, cientistas franceses da Université Montpellier II sugerem que o terremoto deste ano, junto com outro tremor na mesma região, de magnitude 8,2, podem significar o último passo na formação de uma nova “borda” de placas tectônicas na região, próximo à ilha de Sumatra, na Ásia.


11/08/2012 18h21 - Atualizado em 11/08/2012 20h05

Sobe para 180 o número de mortos por terremotos no Irã

Equipes de resgate continuam procurando vítimas sob os escombros.
Tremores atingiram noroeste do país; 20 réplicas foram reportadas.

Do G1, com agências internacionais
O número de mortes provocadas pelos dois fortes terremotos atingiram o noroeste do Irã neste sábado (11), subiu a 180, com equipes de resgate vasculhando freneticamente no meio dos escombros de dezenas de vilas.
De acordo com autoridades iranianas, ao menos 1,3 mil pessoas ficaram feridas. Milhares deixaram suas casas e permanecem nas ruas após cerca de 20 tremores subsequentes atingirem a área.
Os números ainda podem aumentar, alertaram as autoridades iranianas, já que alguns dos feridos estão em estado grave e outros ainda estão presos sob os escombros e os resgates ainda não chegaram a algumas vilas. Cerca de 60 aldeias tinham mais de 50% de danos, disse a mídia iraniana.
mapa Irã (Foto: Editoria de Arte / G1)
O Irã está localizado em uma área com diversas falhas geológicas e já sofreu terremotos devastadores nos últimos anos, incluindo um de magnitude 6.6 em 2003 que atingiu a cidade histórica de Bam e matou mais de 25 mil pessoas.
O centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos indicou que o primeiro terremoto foi de magnitude 6.4, a 60 quilômetros da cidade de Tabriz e a 9,9 quilômetros de profundidade.
O segundo terremoto foi de magnitude 6.3 a 49 quilômetros da mesma cidade em uma profundidade similar, e apenas 11 minutos após o primeiro.
Após isso, ocorreram ao menos 18 tremores subsequentes, informou a mídia iraniana.
Iraniana cuida da filha ferida apos terremoto do lado de fora de hospital em Ahar, a 60 km de Tabriz (Foto: Kamel Rouhi / AFP)Iraniana cuida da filha ferida apos terremoto do lado de fora de hospital em Ahar, a 60 km de Tabriz (Foto: Kamel Rouhi / AFP)
O segundo terremoto ocorreu próximo a cidade de Varzaghan. "O tremor foi tão intenso que as pessoas correram para as ruas em meio ao medo", segundo a Fars.
Em torno de 210 pessoas em Varzaghan e Ahar foram resgatadas de escombros, informou a agência de notícias oficial Irna.
Os dois terremotos atingiram a região às 16h53 (09h23 de Brasília) e às 17h04 (09h34).Tabriz é uma importante cidade e centro comercial longe das regiões produtoras de petróleo do Irã e das instalações nucleares.
Cidades afetadasAs cidades de Tabriz, Ardébil, Ahar, Varzeghan, Mehraban e Heris, assim como várias aldeias foram atingidas pelos dois terremotos e pelas réplicas que se seguiram.
"O acesso às aldeias da região está cortado e nós mantemos contato apenas por telefone com elas", declarou Mahmoud Mozafar, chefe da Defesa Civil iraniana à agência Mehr.
"Nenhum registro foi anunciado até o momento, mas os feridos foram levados para o hospital", acrescentou.
Ele indicou que helicópteros haviam sido enviados para as aldeias da região.
Um porta-voz dos bombeiros de Tabriz afirmou à agência Isna que "a energia elétrica foi cortada na maior parte dos bairros da cidade e que há um engarrafamento monstruoso".

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